quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mitos da infidelidade


A traição fere os ideais românticos de amor, comprometimento e exclusividade que caracterizam os relacionamentos amorosos contemporâneos. E boa parte das crenças que a cercam estão envoltas em equívocos e idéias que não correspondem à realidade

Por Thiago de Almeida e Kátia Regina Beal Rodrigues

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Thiago de Almeida é psicólogo especializado em relacionamentos amorosos. Contato: thalmeida@usp.br Home page: www.thiagodealmeida.com.br Kátia Regina Beal Rodrigues é psicóloga clínica, com especialização em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental. Contato: katiabeal@globo.com
Ciúme e infidelidade são questões que sempre estiveram presentes nos consultórios de Psicologia, por constituírem fenômenos intrinsecamente ligados aos relacionamentos, bem como ao desejo de exclusividade. Se por um lado somos, muitas vezes, praticantes da infidelidade amorosa, por outro somos consumidores quase compulsivos de produtos que nos ajudem a ter um(a) parceiro(a) fiel. Essencialmente queremos delimitar a infidelidade para fora da nossa zona de conforto psicológica diádica, visando à nossa própria segurança, embora muitas vezes não mudemos o próprio comportamento. Mesmo que falhemos em exercitar a fidelidade, somos intransigentes e punimos hipocritamente a infidelidade de nossos(as) parceiros(as).
Atualmente as relações se tornam cada vez mais descartáveis, e a fidelidade é vista como algo ultrapassado. Aparentemente, o amor se desvaloriza e, em seu lugar, são estabelecidas relações fugazes e cultivados prazeres efêmeros, desprovidos de laços afetivos. No entanto, a contemporaneidade não abala os valores básicos e a dor provocada pela infidelidade se mantém viva perante avanços tecnológicos e socioculturais. A representação do amor como a melhor possibilidade de realização pessoal parece ter sido mantida. A questão é que a maioria das pessoas entra nos relacionamentos com falsas expectativas, sobretudo a respeito do que querem que a outra pessoa lhes faça (Rodrigues, 2005). Ao mesmo tempo, a infidelidade se banalizou. Daí a suspeita de infidelidade estar presente na vida de quase todos os casais, independentemente da natureza da relação e do grau de intimidade (Almeida, 2007).

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Para alguns, o simples estabelecimento de conversas íntimas ou flerte constitui traição, enquanto para outros precisaria haver o sexo
A VIDA COMO ELA 
É No início de uma relação amorosa, os indivíduos depositam nela um conjunto de desejos e expectativas que quase sempre os cegam para a realidade. Porém a paixão é transitória e a relação amorosa começa quando se consegue sair de um aparente estado de transe para encarar a realidade tal como ela é (Almeida, Rodrigues & Silva, 2008). 
Todo casal, ao se formar, carrega para o relacionamento uma espécie de acordo inconsciente que servirá de fundamento para delinear a vida a dois. O "contrato" tende a se formar a partir de uma negociação bastante extensa, construída pelo casal desde os primeiros encontros.
Somos gregários por natureza e, ao que tudo indica, freqüentemente caminhamos ao encontro do outro aspirando pela completude. Para os apaixonados há um grande desejo de fusão. No entanto, o fato de eleger alguém para dedicar parte do seu tempo e dos seus recursos não implica que não se possa mudar de idéia posteriormente, rompendo o acordo. O problema, então, é que nem sempre o contrato é compreendido por ambas as partes da mesma maneira. Embora isso seja óbvio, continuamos a realizar rituais e a fazer promessas de amor eterno (Lemos, 1994). E quando um parceiro diz ao outro: "Você sempre soube o que eu queria", cobra o cumprimento desse acordo. 
Ao término da paixão, quando esta se transforma em amor e o olhar e o investimento potencialmente se deslocam, é preciso reprimir os impulsos para tentar garantir o que chamamos de fidelidade. Mas o que se concebe, afinal, como infidelidade? 
Para Drigotas & Barta (2001), a infidelidade pode ser definida como uma "violação das normas dos parceiros que regulam o nível emocional ou da intimidade física com pessoas fora do relacionamento" (Drigotas & Barta, 2001, p. 177). Para Pittman (1994), infidelidade é uma quebra de confiança, ou ainda, o rompimento de um acordo. A infidelidade poderia ser sexual, emocional ou ambas. Infidelidade sexual envolve contato sexual, tal como beijar, ter contato íntimo, praticar sexo oral ou intercurso sexual. Infidelidade emocional envolve a formação de um apego ou uma afeição por outra pessoa e pode abranger comportamentos como flerte, encontro, conversas íntimas ou apaixonamento. Abaixo listamos e comentamos sete mitos que prejudicam a compreensão desta temática:
Relacionamentos amorosos, estáveis ou não, podem se recuperar da infidelidade, mas não sem um sofrimento significativo
"O fato é que todos podemos ser uma coisa ou outra, dependendo das circunstâncias sociais que nos cercam"
TODOS SÃO INFIÉIS 
Todas as pessoas são infiéis e, portanto, este comportamento poderia ser considerado normal e esperado. 
Segundo algumas estimativas, cerca de metade das pessoas tem casos. Antigamente, os homens lideravam este ranking. Atualmente, as mulheres estão se equiparando nas estatísticas. Maior acesso ao trabalho, autonomia financeira, independência da opinião familiar e até a disseminação de comportamentos pela internet contribuem para isso. Ainda assim, a fidelidade conjugal continua sendo norma. A infidelidade seria, então, algo desarranjado e sintomático, que interferiria profundamente na confiança e intimidade do casal. 
Mas há os que advogam a idéia de que a fidelidade, para a espécie humana, não é uma lei natural, isto é, os seres humanos não seriam monogâmicos por natureza, e sim devido a condicionantes culturais, tais como religião, moral etc. O fato é que todos podemos ser uma coisa ou outra, dependendo das circunstâncias sociais que nos cercam.

CHEGA DE MONOTONIA 
Os casos extraconjugais teriam valor positivo, como reavivar um casamento monótono. 
Muitas vezes, a mídia nos impõe esta idéia e nós a compramos sem ao menos questionar. Com efeito, a infidelidade pode ser, para muitos, uma válvula de escape, por meio da qual se expressariam frustrações acumuladas, quando o cônjuge percebe que já não é feliz (Menezes, 2005). Esses casos podem causar grandes danos. Relacionamentos amorosos, estáveis ou não, podem se recuperar da infidelidade, mas em geral não sem um laborioso sofrimento.
A idéia de que casos extraconjugais reavivam os relacionamentos de longo prazo pode ser baseada na crença disfuncional de que o casamento é monótono. Mas, então, por que se estima (Amélio, 2001) que pelo menos 92% das pessoas, em algum momento da vida, se casem? A principal razão para o desejo de enlace matrimonial nos dias atuais ainda é o sentimento de amor. Em outras épocas, motivações diversas levavam as pessoas ao casamento, como fatores econômicos e alianças familiares. O amor como agente motivacional para adesão ao matrimônio é bem mais recente. Em pesquisas com jovens solteiros, Jablonski (1999) observou que estes destacam o amor como fator principal para as pessoas se casarem e para manter o casamento. Priore (2006), em seu livro História do amor no Brasil, confirma a tendência. Contudo, o conjunto de mudanças no cenário social fez com que os problemas que incidiam sobre o casamento resultassem em uma transformação simultânea nas expectativas sociais quanto ao projeto de relação afetivo-sexual. Segundo Garcia & Tassara (2003), as novas formas conjugais (como morar juntos, namorar por muitos anos sem contrair oficialmente o casamento etc.) evidenciam o caráter anômalo das relações na qual a premissa de sua durabilidade é contestada antes mesmo do início do relacionamento. Assim, a utopia do amor romântico anuncia-se tão desejável quanto impossível. E se a infidelidade é perigosa, o ciúme instala-se ora como mecanismo preventivo, na tentativa de evitála, ora como um mecanismo retaliador, na tentativa de puni-la. E quando os cônjuges não se dispõem a abordar os problemas que se arrastam há anos, tendem a buscar experiências extraconjugais, ainda que passageiras, como forma de aliviar tensões e angústias ou mesmo de solucionar problemas da intimidade (Menezes, 

domingo, 2 de dezembro de 2012

A Origem do Natal


Origem do Natal e o significado da comemoração
O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.

A Árvore de Natal e o Presépio

árvore de natal
Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.

presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.

O Papai Noel : origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

A roupa do Papai Noel 

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Curiosidade: o nome do Papai Noel em outros países

- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"), Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel), Chile (Viejito Pascuero), Dinamarca (Julemanden), França (Père Noël), Itália (Babbo Natale), México (Santa Claus), Holanda (Kerstman, "Homem do Natal), POrtugal (Pai Natal), Inglaterra (Father Christmas), Suécia (Jultomte), Estados Unidos (Santa Claus), Rússia (Ded Moroz)